Sempre
“Sempre” a crónica do Nada, no Correio do Porto.
Pouca importância nutre aquilo que nos alimenta, seja o floculado céu invernal, que assombra o horizonte com os fantasmas vestidos de cinzento ou qualquer que seja a cor que nos amedronta, o sonho e a vida.
Quando a chuva nada mais faz que nos atirar, humidamente, as espessas gotas de água contra o para-brisas, paramos ainda que nos movamos um pouco sem rumo, que é a forma como se desloca quem não sabe para onde ir.
Há uma infinitude de caminhos onde nos podemos escrever, desde o carteiro à chuva, entregando cartas por entre as espessas bolbosas gotas de chuva na viseira do capacete, ou as gotas que mecanicamente se repercutem nas poças do chão, as mesmas que aspergem saudade do rio que corre ali abaixo do armazém onde colhi parafusos de cacofonias milimétricas que nem sabia existirem. Hoje nada mais sobra além de mim e dos meus medos, enquanto as tuas mãos finas caem nos seixos rombudos e colorem o cinzento prosaico com que me pinto, tudo envolto em labirínticos domingos por onde escorre a etilizada sobriedade, ou sombria idade, sem me saber eterno, quando me esqueço do fraterno, almejando nada mais que o lampejo do farol a pender sobre o mar, em ilhas de arcanjos, comp quem se procure estrela num céu universal ainda não metamorfoseado pelos perscrutadores olhares de uma criança, inocente, presa ao feixe de uma lanterna nocturna, incandescente.
Até hoje, nada me acompanha melhor que a saudade, a mesma que escorre no inverno dos brotos graníticos da aldeia que sonha em ser cidade. Deus nos livre, tal sina, eu como aluno que a mim mesmo ensina, sem me caber, sobriamente etilizado, construo ao redor da imensidão uma espécie de tição, aquela madeixa dourada sobre os campos que nunca colhi por não me saber semear ou as crónicas onde me prostro e solicito ajuda, porque embora me digam que a quem muda Deus ajuda, nunca me sabendo sólido me procuro molecularmente nas órbitas onde nunca me excitei electronicamente sucumbindo, anião ou catião, quem me soube eu longe de mim, gigante, anão, sem caber nas milimétricas fronteiras de um arquivo digital em catatónica crónica.
Agora que as folhas permanecem simples, ordeiras, ao lado deste digital balbuciar do que escondo, remato as linhas com a linha que me soube urdir, a mesma que me lanças, Deus, sem saber fugir porque me procuro nas faces de quem nunca soube existir e na existência conjugada de uma realidade que me foge, a cada dia, de um sucumbido latejar do lado esquerdo do peito, a felicidade, a feliz, idade, onde me sei não existir ontem, hoje, sempre e, talvez por isso, me lamente, escondido por detrás da granítica expressividade na esperança que me saibam ler. Ah, como me saberia bem estender as folhas alvas e sem qualquer expressividade gramatical me deixar soletrar, pé ante pé, sem garatujar o verborreico gramatical, até a próxima linha ser a minha mais recente crónica.
Pouca importância nutre aquilo que nos alimenta, seja o floculado céu invernal, que assombra o horizonte com os fantasmas vestidos de cinzento ou qualquer que seja a cor que nos amedronta, o sonho e a vida.
Quando a chuva nada mais faz que nos atirar, humidamente, as espessas gotas de água contra o para-brisas, paramos ainda que nos movamos um pouco sem rumo, que é a forma como se desloca quem não sabe para onde ir.
Há uma infinitude de caminhos onde nos podemos escrever, desde o carteiro à chuva, entregando cartas por entre as espessas bolbosas gotas de chuva na viseira do capacete, ou as gotas que mecanicamente se repercutem nas poças do chão, as mesmas que aspergem saudade do rio que corre ali abaixo do armazém onde colhi parafusos de cacofonias milimétricas que nem sabia existirem. Hoje nada mais sobra além de mim e dos meus medos, enquanto as tuas mãos finas caem nos seixos rombudos e colorem o cinzento prosaico com que me pinto, tudo envolto em labirínticos domingos por onde escorre a etilizada sobriedade, ou sombria idade, sem me saber eterno, quando me esqueço do fraterno, almejando nada mais que o lampejo do farol a pender sobre o mar, em ilhas de arcanjos, comp quem se procure estrela num céu universal ainda não metamorfoseado pelos perscrutadores olhares de uma criança, inocente, presa ao feixe de uma lanterna nocturna, incandescente.
Até hoje, nada me acompanha melhor que a saudade, a mesma que escorre no inverno dos brotos graníticos da aldeia que sonha em ser cidade. Deus nos livre, tal sina, eu como aluno que a mim mesmo ensina, sem me caber, sobriamente etilizado, construo ao redor da imensidão uma espécie de tição, aquela madeixa dourada sobre os campos que nunca colhi por não me saber semear ou as crónicas onde me prostro e solicito ajuda, porque embora me digam que a quem muda Deus ajuda, nunca me sabendo sólido me procuro molecularmente nas órbitas onde nunca me excitei electronicamente sucumbindo, anião ou catião, quem me soube eu longe de mim, gigante, anão, sem caber nas milimétricas fronteiras de um arquivo digital em catatónica crónica.
Agora que as folhas permanecem simples, ordeiras, ao lado deste digital balbuciar do que escondo, remato as linhas com a linha que me soube urdir, a mesma que me lanças, Deus, sem saber fugir porque me procuro nas faces de quem nunca soube existir e na existência conjugada de uma realidade que me foge, a cada dia, de um sucumbido latejar do lado esquerdo do peito, a felicidade, a feliz, idade, onde me sei não existir ontem, hoje, sempre e, talvez por isso, me lamente, escondido por detrás da granítica expressividade na esperança que me saibam ler. Ah, como me saberia bem estender as folhas alvas e sem qualquer expressividade gramatical me deixar soletrar, pé ante pé, sem garatujar o verborreico gramatical, até a próxima linha ser a minha mais recente crónica.
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