Está a chegar o verbo
in Bird Magazine em 18/12/2016
Não sei como medir as palavras que vejo e, depois, escrevo.
A distância que me separa de agora à letra é preenchida por inúmeros pensamentos, tantos que quando penso no pensamento sobre eles já eu sou rememoração.
Será possível eu ser uma parte, um resultado retornado a meio da recursividade que é uma vida entre vidas?
Já deitei o Universo, aconcheguei-lhe o colorido manto de estrelas enquanto ele me pedia uma história. Sem me lembrar de nenhuma, contei-lhe a vida de uma estrela que tentou brilhar por duas vezes:
- Duas vezes? - perguntou-me.
Eu lá lhe expliquei, com modos de eternidade, que era uma metáfora para algo que existiu sem ter acontecido.
Não me pareceu convencido, não o censuro, é ainda um universo em expansão, uma criança.
Entre perguntas e respostas, saltando recursos expressivos, cansou-se e antes de fechar os olhos de nebulosas, perguntou-me já meio adormecido:
- Essa história é sobre amor?
Disse-lhe que sim, era o Amor.
Bastou-lhe a explicação, virou a cara, sorriu e adormeceu de imediato.
Fica ligada uma pequena luz de presença, projecta no tecto flocos de neve multicolores. Foi ele que os escolheu, disse que só sabia fazer neve branca e gostava de a ver colorida.
Por fim, enfim, adormece.
Estremece no momento em que me levanto.
Terá sonhado com um buraco negro?
Noutra cama outro universo, de cabeça levantada pergunta se ainda lá vou.
Respondo afirmativamente e apenas isso bastou para se virar para o lado e adormecer.
Tudo dorme, agora.
Gravito-me até encontrar novas palavras que me levem a outras órbitas, vendo crescer infinitos a cada madrugada em que o olhar se cruza com o teu e tu, creio que sem o saberes, levas contigo o pouco que não sei criar.
Está a chegar o verbo, o início vai começar.
Não sei como medir as palavras que vejo e, depois, escrevo.
A distância que me separa de agora à letra é preenchida por inúmeros pensamentos, tantos que quando penso no pensamento sobre eles já eu sou rememoração.
Será possível eu ser uma parte, um resultado retornado a meio da recursividade que é uma vida entre vidas?
Já deitei o Universo, aconcheguei-lhe o colorido manto de estrelas enquanto ele me pedia uma história. Sem me lembrar de nenhuma, contei-lhe a vida de uma estrela que tentou brilhar por duas vezes:
- Duas vezes? - perguntou-me.
Eu lá lhe expliquei, com modos de eternidade, que era uma metáfora para algo que existiu sem ter acontecido.
Não me pareceu convencido, não o censuro, é ainda um universo em expansão, uma criança.
Entre perguntas e respostas, saltando recursos expressivos, cansou-se e antes de fechar os olhos de nebulosas, perguntou-me já meio adormecido:
- Essa história é sobre amor?
Disse-lhe que sim, era o Amor.
Bastou-lhe a explicação, virou a cara, sorriu e adormeceu de imediato.
Fica ligada uma pequena luz de presença, projecta no tecto flocos de neve multicolores. Foi ele que os escolheu, disse que só sabia fazer neve branca e gostava de a ver colorida.
Por fim, enfim, adormece.
Estremece no momento em que me levanto.
Terá sonhado com um buraco negro?
Noutra cama outro universo, de cabeça levantada pergunta se ainda lá vou.
Respondo afirmativamente e apenas isso bastou para se virar para o lado e adormecer.
Tudo dorme, agora.
Gravito-me até encontrar novas palavras que me levem a outras órbitas, vendo crescer infinitos a cada madrugada em que o olhar se cruza com o teu e tu, creio que sem o saberes, levas contigo o pouco que não sei criar.
Está a chegar o verbo, o início vai começar.
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