Cuida desta estreita faixa
onde guio o sonho
à deriva,
a vida é fogo que se aviva
no crepúsculo da brasa
como os dias protegidos
de mim,
debaixo da asa.

E se voas,
ainda que amarre em mim,
creia-te o destino alado
a bordo de umas cores inodoras,
aquelas que não sei pintar.

Algures a distância é um arfar
e o solo saturado de chuva
traz regadio bastante a viver.

Não o nego,
apenas não o vejo florido
porque o Outono que sou é cego.

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