Ali anças
Crónica de domingo na Bird Magazine . Entro na sala. Ao olhar destreinado tudo parece normal, sorrisos e acenos, beijos em faces frias com odores femininos, palmadas másculas nas costas e o tradicional eco de “o que se quer é saúde”. O silêncio está ali, encostado a um canto da sala, pouco acima da minha cabeça, olha assustado para o som que se solta das pernas das cadeiras quando estas são arrastadas pelo chão e movimenta-se rapidamente desviando-se do ruído que é, por vezes, lançado quando ele parece já acostumado e adormecido. Bate célere a música, sons que são a sanidade da saudade. Uma vez, não muito longe, a lua riu-se de mim porque a confundi com um sonho distante o suficiente para se alcançar apenas em bicos de pés! Bate célere, repito, a música e eu, descompassado, valso por um salão vazio, entre trastos gastos por dedos que tocaram música e, acredito, também o céu. Há um sentimento de urgência, de urgente, de emergente, de gente, gente que procura e eu encontro, aqui, no si...