Para onde caminhas mudo com o excesso dos teus dias à socapa salientando-se, eles, pelo despropósito da eternidade que deles borbulha? Haverás conhecimento pela chuva que espreita por entre o síncrono rasgar da tarde em tons sem denominador?
Interrogo-me por entre o significado e escondo-me à vista desarmada para que nunca te esqueças de mim pelo facto de jamais me teres lembrado.
Eu não nasci, fui arado.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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