Vou não indo, a decisão toma-se quando não se decide. Por crer, creio que o amanhã poderá querer ser diferente, trazer o que se faz ausente, permitir que floresça um caminho do qual se sente apenas o odor, a certeza da incerteza, a volatilidade do infinito em constante mutação. Estão-nos a parir, vamos nascer com olhos nas estrelas, mas por enquanto o mais próximo de lá é o olhamento de uma brisa ténue, quase sem vento.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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