Quando as minhas mãos se cansam, tacteiam o papel e só pela rugosidade, pelo que está escrito ainda por escrever, sentem-se saciadas. Eu... Creio que Eu é sinónimo de livro, inacabado, desfolhado, presente que se faz de passado. Livro, eu, a querer ser, por escrever...
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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