Consegui chamar o frio, novamente, que teima em fugir por entre as minhas recordações de Inverno e de finais de tarde lá de meados de Setembro. Abriga-se no meu colo e no olhar aflito de uma dor que não se compreende, penosamente enfia o seu focinho afiado entre o meu braço e o tronco e deixa-se ficar, quase que adormecido, enquanto eu próprio também durmo na esperança de acordar e ver que o dia é ainda dia. Se nos teimarem ser Verão, também seremos, verão que das estações só as do comboio, mesmo que alienadas e despojadas sejam, permanecem inalteradas na paisagem, quem as não tem? Paisagens e estações? 
O frio escapa-se-me e segue, por aí, acalentando olhares de soslaio, sonhos de catraio, dois ou três pares de nuvens e um sorrio. São estas as minhas orações.

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