Espero pouco da paciência. Basta-me o colo matizado do horizonte crepusculado em tons de azul e lilás. O frio parece alimentar-se da minha cara, enruga-me as próprias rugas e eu soçobro, impludo, na esperança de nascer fora de mim. Curioso como o fumo que nos acompanha numa noite solitária entre caras estranhas nem sequer é nosso.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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