Queria contar-te que vi, hoje, o Outono. Estava encostado à sombra de uma folha com seis tons de cores. Sabes, se estivesses aqui, com a tua cor, todas as folhas teriam a cor de um Sol que espreita por entre a neblina e aquece as pálpebras, as mesmas que cerrei para ver nascer do escuro a luminosidade que só se vislumbra quando se vê de olhos fechados a sétima cor do arco-íris.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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