Le(ve)mente

Vou escrever baixinho, pincelar cada letra, escolher alvura para alvorecer de olhos inexperientes o dia madrugado por quem do tempo não se rege ou tempera.
Vou caminhar lentamente, descalço sobre a erva, calibrar o batimento do meu coração com o pulsar da Terra e inspirar ar puro até transpirar tudo o que sou e não consigo ser.
Vou, rumo à noite estrelada, ao arco voltaico entre sete centelhas que se colaram no céu, no meu.
Vou, ainda que deambule, perdido apenas aquele que pensa comandar os passos e que por eles gira o planeta.
Vou, sem distância,
estou entre a ânsia e
a porta ainda por acabar
que deixo aberta.
Só em mim, a ausência que me liberta.

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