Dias(pora)
Partilho comigo este momento. Dou oportunidade à vida para saber o que penso dela. Tento resumir a uma palavra, mas como poderei, se um simples olhar pelo envidraçado para a tarde que se começa a ir embora e se despede deixando no chão e nas paredes o resto de um dia em forma de sombra? Se me sobrar tempo para vagabundear um caminho, hei-de adormecer junto ao calor de uma fogueira ou do ameno amor que até as pedras parecem saber emanar. E do ameno ao adormecer, do alaranjado anoitecer, sucumbem-se as palavras e nenhuma resta, nem uma para me despedir de um dia onde o calor se confunde com a candura da miudagem, o aceno da camaradagem e o olhar de quem nos faz alguém.
Custa-me fechar os olhos a mais um dia e ficar, breves minutos, em silêncio com quem melhor me escuta, sem ter nada a dizer.
Talvez existam palavras que são para serem proferidas apenas e quando nos apercebermos que somos apenas uma letra num alfabeto eterno.
Sem minhas palavras: hoje está, amanhã Deus dará.
Custa-me fechar os olhos a mais um dia e ficar, breves minutos, em silêncio com quem melhor me escuta, sem ter nada a dizer.
Talvez existam palavras que são para serem proferidas apenas e quando nos apercebermos que somos apenas uma letra num alfabeto eterno.
Sem minhas palavras: hoje está, amanhã Deus dará.
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