É por viver que acredito, por entre as horas que nos espremem, manobrando sem vela uma barcaça que vagueia por entre ondas de astuticidade, há mais no adormecido que propriamente no que pensa estar acordado.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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