Arrebatamento
Arrabalde-se a vida aos encontrões, vá lá, mas que nos deixem saborear o fim do dia com a leveza da leitura, a companhia que nos acompanha ou a quem acompanhamos, sem filosofias ou orações repletas de Avé-Marias, meditar no que somos, a procura do gotejar no silêncio da noite, razar a luz e ser ferido de raspão pelo que nos atiram aos olhos quando distraídos deixamos entrar na roda alimentar o rectângulo quadrado. Sejamos prece, de nós a nós, até escutarmos, no desconhecido infinitesimal, um amo-te que nos beija a face e vela pelo sono do corpo, levando-nos pela mão esta eterna criança que é a velha alma que somos. Ámen.
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