Há um rio de água salgada a percorrer um leito sentado. Vai do que vê a paisagem até por fim cair num cabo arredondado, onde dobram os sorrisos. Não traz força nem tumulto. Apenas frases curtas. Um pouco de vidro embaciado. Fumo no ambiente, que nem nevoeiro na nascente. Falta gente. Falta gente. Propositadamente duplicado, para que um dia, quando a torrente indelével, inócua e invisível cessar, possam de ausente dizer, que aquele por dois valia. Não hoje, noutro dia.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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