O frio do Outono
na primeira chuva da alvorada,
do travo agridoce do abandono
a um Verão de vida desperdiçada.
Estes transportes que descarregam animalescas formas de ser
os abraços, um tímido beijo,
o caminho isolado por entre uma cidade
que ignora os degraus sujos desta estação,
esta escadaria que ascende teima, enfim, em descer.
Para onde vão estes transeuntes?
Que motivo e motivação
dilacera
um amontoado de corpos semi vivos a que chamam multidão?
E a mim,
semi humano,
que multidão de corpo amontoado
me leva amortalhado
às flores dispersas neste desterro espartano
a que chamam jardim?
Comentários