Vou deixar que as ondas te levem, chegarás onde que quer que a maré pare para descansar. Se da espuma te despires, pensa na areia que sente a tua falta, leva-a contigo, nos pés, sente-a querer ser parte de ti, pois também, pedaço de mundo, fazes parte desde minúsculo mundo que, de tão raro, tão precioso te vê a caminhar, entre ondas, que te levam.
O mundo assemelha-se à perfeição. Guarda uma passagem para um infinito que se esconde na linha curva formada pelo encontro do mar com as nuvens que vi nascer nos teus olhos.
As ondas não te levaram. Também não te trouxeram. Continuo a cravar os pés na areia, a água recua e eu sinto-me vacilar, não me vá o mundo fugir, mas é apenas a ilusão, dos olhos, afinal temo-os para os iludirmos, porque as marés mais retemperadoras vêm-se de olhos fechados.
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