Chove. Adoro. O som. As calças encharcadas, pés molhados, o guarda-chuva ri-se. O cabelo, se existisse, estaria molhado, mas contente também. Dizem que não há mais estações, enganam-se, basta ouvir as pessoas queixarem-se para se saber que há invernos prolongados dentro de cada um. 
O som ritmado da chuva a cair no chão, nas poças de água, a fazer-se mais água. Recorda-me tempos de simplicidade, de veracidade, de cumplicidade com a felicidade, em que chover era chuva e o Sol era descanso sobre uma sombra. Dos tempos em que escrevia mentalmente sobram apenas as ideias, os sonhos, que se vão encostando a mim e a escutar a chuva. Curioso, como o tempo, que me parece estar a encolher, se encarrega de fazer chegar a mim as estações de um dia só.

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