Porque há muito não vinha aqui...

Corre-me teu corpo
como um vento tardio,
entre a chuva
e o estio.

O sorriso
que perfumas
no olhar dentro de mim,
saberás quantas noites me doeu a solidão,
no tactear nocturno
que desconheço,
neste início pelo fim?

Vou-te tendo no vazio
e nos caminhos que devoro,
entre casas xistosas e lágrimas
e horizontes quentes onde não moro.
Quero a vida que sobrevive
no trilho entre trilhos
e nas tuas mãos
onde teus dedos
são todos os meus filhos.

E adormeço à força,
perdido em terras de gente estranha
estranho meu respirar
e até meus céus ausentes de te verem
parecem nem saber olhar.

Saboreia-me agora a escuridão
e o crepúsculo, toldado pela ausência,
não tem forças para nascer na minha mão.

Vem ter às nuvens que conhecemos,
às margens ténues da adolescência,
onde se escontram sozinhos os abraços
que jamais demos.

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