Senti a tua falta, um dia, porque me esqueci de mim, e de sonhar, também, com todas as estrelas que vidrei na superfície de uma vida que não artesanaste. 
Saberás a chuva, de um dia frio, enquanto eu vou esgrafiando na pele uns poemas à força, como quem cicatriza, sorvendo e aguardando, ao som do fontanário, que o tempo faça a mim o que fez às vides. 
Vinho e néctar, entre comas, entre e coma, que tudo é deglutido entre cada por-do-sol, como quem nos pincela da mesma forma, sem se aperceber aguarela, ele e ela.
Um dia a estrada não terá fim, o tempo conduzirá o silêncio até se cansar de estar calado, com e ao lado de um entardecer que, também cansado, vai tardando que se faz cedo, demais, para voltar no tempo e ser, de um cais, o sentimento.
Saberás o saber. Por isso, apenas e só, valerá a pena.

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