Deixo que a orbita do inviolável se tombe pelas esteiras de um jacinto que nasce. Que as palavras envolvam sem abraçar, que o silêncio fale e transpire por mim, não contra a diferença, mas a favor de todo o universo que sei haver no infinito, dentro de um, ao redor de todos. Somos diferentes olhares de um mesmo corpo.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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