Vendo-me à vida
pelos cortes que a seiva lava,
quente,
nos regressos de uma jornada só de ida.
O calor ergueu-se aos confins do que respirou
e cala a voz urdida,
afaga
o frio, ausente, que se amotina
no aluno espiralado que brinca e, assim, me ensina.
Há.de o tempo contornar dias
e, no sossego do meu cansaço,
trazer-me ao campanário soalheiro
onde pela primeiras vez desvendei-me e, tu, sorrias.
Em todos os caminhos
descanso das viagens que não fiz,
auscultando sentidos do pó que se obstina,
sou o aguaceiro previsto
e que desagua nas órbitas da minha íris.
Não me julguem cego por não ver,
tenho mãos entrelaçadas
e marés sem oceanos nas abissais do viver.

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