Vesti os dias como quem se almoça de sorrisos, abracei os orvalhos sem me molhar, apenas para sentir a seiva de um mundo e as lágrimas de nuvens que resvalam por montanhas. O mundo foi feito, um dia, de amizades sinceras e desprovidas de interesses, de alegrias em tons de pôr-do-sol. O mundo foi já um cercado de erva e flores, carvalhos e cores, onde se abraçam sonhos e se pulam anos e anos até uma nova vida, feita de tábuas e pregos enferrujados, de toldos de plástico e ramagens de giestas ou mimosas, de vira-ventos em cascas de eucaliptos. Houve tempo, ouve, para viver apenas por viver, sucumbir ao doce sabor de uma lareira. Hoje, hoje somos bons demais, honestos demais, humanos demais. O mundo foi simples, um dia, antes de nascer.

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