Sonhei, agora, que as palavras escondidas tinham a força de mil olhares e o céu, cansado do azul, desceu à terra em tons de laranja, longe das fronteiras e da liberdade, sorrindo pelos lábios de um jardineiro que, aproveitando o primeiro dia de sol depois de um outro dia, sorvia às golfadas água, que escorria pela face e, ao cair, olhava como criança para as calças e botas caldoverdeadas da relva recém ceifada.
Cobre-se a vida na candura o branco e o invisível que perdura, sagrado o dia espreguiça-se pela tarde e é Deus (de quem tudo tive) que sussurra: a vida é o que em nós Vive.
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