Pouco resta da noite que o sono das flores que se fecham ao dia para beberem das memórias do que viram. Os suspiros que me chegam são as vozes que calei ao não escrever, também, o que me susteram. Uma rima vale pela vida. E eu trocava todas as minhas por uma noite ao relento, assobiada pela lareira a amortalhar, a adormecer sobre o meu caderno, vazio.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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