Fui beijar a noite, ainda que ela me possua na palma das suas estrelas, é a mão delas que me embala e transporta, daqui para ali, de mundo em vidas, de vida em mundos, até me cansar de respirar entre dimensões e ir habitar um planeta espiral e infinito com arco-íris de oito cores, a oitava é a música que ouço de olhos fechados enquanto imagino pautas com sete cores. E sete é o número. Perfeito.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
Comentários