Renasceria nesta bolha de terra e água novamente, apenas para sentir o ar frio que se bebe à noite, ou o sorriso sincero e cúmplice de uma criança. Que fosse apenas por uma cevada quente ou pela borra que fica no fundo da caneca, misturada com as migalhas que se afogaram no negro do calor. Que fosse apenas pela amizade ou pelas palavras. Pela experiência de procurar no vazio todos os nadas que desconstroem a realidade. E voltar a casa, feliz, sistólica e diastolicamente completo, rumo a mais um universo, até, por fim, encontrar todos os outros eus que deambularam, sem destino deduzo eu, por multiversos e hexoversos.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
Comentários