Já eu tinha atiçado o lume à torga
longe vinha ainda o fumo 
espesso
de um ontem que se vive agora,
adormeço
sem que se cale ainda o resto de um dia
à rebeldia do rumo
que canta o relógio de hora em hora.
Descanso palavras e ventos,
deitado deixo o sono imperar
enquanto os olhos se habituam à lúgubre luminosidade
dos corpos marejados que teimam em cegar,
a vida não tem idade
nem se agrega em momentos,
é colhida verde
sem esbracejar altos voos,
una e indefesa pela candura que nada pede.
Dou-te meus sonhos
que partem outros montes e moutados,
do agreste que se faz tojo
até bolota se faz castanha.
Dorme,
a vida é o esplendor desta vitória,
que se conquista,
nunca se ganha...

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