Porque é noite e esta, quando nasce, é para todos, até para mim, que a adormeço lentamente, cansada de andar a rodopiar sobre ela, inquieta, enquanto o dia não se põe do lado de lá da vida.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
Comentários
Beijo n´oteudoceolhar.