Teria o vento na mão, se não estivesse ocupado a abraçar tufos de sonhos ou suportando-me na grade de madeira de um alpendre imaginário enquanto cai, dentro e fora, chuva real... De onde serão os ventos que sopram? Do intrincado caminho que se faz caminhando ou dos serões solitários solicitados pela vida? O que me resta é deste e doutros universos, descansando por fim num vazio, num nada, num estado de não existência que se dilui a cada madrugada solta. Ser daqui e de lado algum. Olhar e ver o que não se observa. Ser e não ter. Não há questão.
Cobre-se a vida na candura o branco e o invisível que perdura, sagrado o dia espreguiça-se pela tarde e é Deus (de quem tudo tive) que sussurra: a vida é o que em nós Vive.
Comentários