É sem grande dificuldade que me vejo com este sol, este vento, à sobra de uma oliveira, de um plátano, por baixo de uma videira, encostado a um penedo mal amanhado, com os momentos todos de vida debaixo do braço, enquanto aguardo que a noite vá trepando horizonte acima até se fazer noite.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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