Há uma profunda solidão nos olhares dos que se abandonam, sem nunca saberem que o vazio é o todo cheio de nada... There's a slow train coming...
Pessach
“Pessach” Crónica do Nada , no Correio do Porto . O puto abana-se uno com a sineta que trina, o braço cansado pende como um ramo seco de árvore que sonha ser galho, anunciando vem aí o compasso!, a opa alva dança e as nuvens riem-se quando o vento lhe atira o resto da brancura pelas costas acima, embrulhando-se na cabeça. Não se demove, continua a badalar num esforço contínuo apenas vencido pela zelosa missão de, além de adolescente, ver chegar ao fim a madrugada procissão, solitária, a cruz acima e abaixo de caminhos, os verdes ao chão, as flores na mão, de cara fechada, uma madeixa dourada rivaliza com o sino zonzo já de tanta sacudidela firme. O vento desiste soturnamente, as nuvens deixam de joeirar a cena e dispersam num certo tom de desprezo, a opa solta-se e cai harmoniosamente sobre as costas arqueadas, mas não sucumbidas, tudo sem que o sino deixasse de tocar. A solenidade foi-se perdendo, sobra agora uma espécie de desejo que tudo termine e possa seguir viagem, arrancar um...
Comentários
Um beijo gigante a vocês meus amigos!
:-D Cheio de amor e carinho!
Verdade, um comboio que se aproxima lentamente.
Quando puderes visita, oteudoceolhar.
Ele mantém-se (obrigada por te lembrares...desculpa só responder agora mas não tenho aberto o mail do sapo onde recebia os comentários).
Beijo n´oteudoceolhar.