Uma música encomendada
Um Sol no meu dia a nascente do que desejo
Um trilho abandonado no teu beijo
O amor que se entrega e devaneia
à procura da nuvem que te leia…
Um sorriso teu na timidez do que sou
Viajas comigo nas ruas onde não estou
A sombra invisível projectada no meu dia
Trinado solitário de um crepúsculo de magia…
refrão
E os quadros que pintamos serão o céu
da paixão que bailamos no liceu,
Um sulco marcado pelas águas da vida que nunca morreu…
Há em mim um pequeno tudo de ti
Sabor de vida que ainda não vivi,
Somos um segundo da eternidade futura, da canção que escrevi.
O vazio preenche-me os pequenos nadas
E inundam as velhas ondas nas barras
O porto ancorado a um mar isolado
Na ilha deserta, que se chama fado…
Olhares almejados são paredes austeras
Os dias e noites que me rosnam como feras,
A idade faz-me velho num corpo de novo
És a vida que sacia, mas que não sorvo…
refrão
Guardo o segredo de te saber ninguém
Um passado futuro que me contém,
Os passos marcados no afago adiado
As curvas da estrada pendem para o mesmo lado.
Nada do que escreva no teu caminho
Conjuga as notas dum maestro sozinho,
O acorde que se agarra à minha mão
É o voo adiado na palma desta canção…
refrão final
E os quadros pintados são o céu
da paixão que escrevemos e nasceu,
o sulco profundo do rio aberto que é teu.
Tens em ti o tudo que sou e aclama
A noite cantando na tua alma,
Nós no sonho, que suspiras na boca, que me ama.
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