(lu)Ar

Aqui perto
as nuvens
chovem-me lá
ao longe
como o ribombar surdo
de uns dias que não nascem,
a cidade dissolve-se a cada Verão
as paredes, ainda que vivas,
são túmulos de velhos tocantes
numa orquestra onde todos são solistas.
Cada porta uma teia
onde habitou um conto,
uma história,
a epopeia de um Ulisses fragmentado
que se veste de memória.
Nem sempre fustiga o vento,
sopra, somente, à feição do soluçar
que pode alimentar um lamento
ou despedir-se de ti,
Luar.

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