Pão
No voo calado da liberdade
a minha canção deambula eternamente,
faço da sombra do papel
minha verdade,
onde desaguam meus sonhos
a nascente.
Quantos dias sem quotidianos
e céus, azuis, sem qualquer cor,
no vazio nublado de uma multidão,
pendem as árvores de seus ramos
para nascerem ao desafio
salteadas pelo chão.
Longos dias tem uma lágrima,
no sorriso que as ondas cacofonam
a vida faz-se de impulsos e desventuras,
de corpos movidos a ilusão,
vai, carente, um ser com fome
que não se sabe, ser pão.
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