A vida em 5:46. O tempo em que se vive uma vida. O segundo em que a vida nos pontapeia na boca. O minuto em que parece que tudo nasce à minha volta. A paisagem que muda e eu, mudo, sem escrever, sem claudicar à vontade de ser mais que palavras, apenas e porque me perguntam, a mim, 34 anos de encadernação, o que (ainda) quero ser, quando descobri, há milhentos, que eu sou eu... e vivo bem com isto.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
Comentários
Já a mostrei ao Lucas! :-)
Disse-lhe que era do blog do tio Miguel! :-)
Beijinhos gds*