Serenata ao olhar teu.

Sabes que o olhar não é meu, nem o som dos dias que passas longe de ti e perto de mim.
Sabes que o olhar não é meu, nem o braço que te agarrou à vida com a esperança da força de um sorriso, nem a tua presença cativa sem face outrora, conhecendo-a hoje em mim, sei-te aqui no peito, num infinito condensado numa hora.
Sabes que o olhar não é meu, porque de mim os olhos são apenas o verde que reflecti dos prados onde sonhei encontrar-te, gemo com o ondular vagaroso e vago do tempo nas cearas, como se colher-te fosse tirar de mim mesmo a seiva, queimar o restolho que é o fim do dia ausente, desfalecer na vida para renascer em todas as paisagens que te vivam.
Sabes que o olhar não é meu... Sou do tempo que viveste, guardando em mim rastos da tua presença, confundo o meu olhar com o teu respirar, para respirar com o ligeiro esgar que te sorri.
Sabes que o olhar não é meu, porque sou teu.

Comentários

Eli disse…
Que beleza se respira aqui!...

:)
Sofia disse…
Sim... lido ao som de um violino seria magnifico.

:D

Texto maravilhoso como sempre...

Bj
Anónimo disse…
"Sabes que o olhar não é meu, porque sou teu."

Gostei tanto do texto :)
Anónimo disse…
Era suposto o meu comentário não ser anónimo, peço desculpa.
BlueShell disse…
Sempre bom passar aqui.
BShell
Eli disse…
Há um desafio no meu blogue! Aceita!

:)

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