Vi ontem, na televisão, por terras de meu coração (Alvão), um pastor, cara voltada ao chão, a timidez de se ser grande, respondendo à pergunta da jornalista ("E isto causa-lhe prejuízo?") com "É ao gado, que não tem que comer"...
Eu sou daquilo, de pastos que crescem, mesmo com a neve.

Voto à pobreza

a minha sobriedade,
casto o pasto
em que te deitas
na dureza
da tua idade.

Vento o ar e o trombar
e as cruchas
ébrias
de saudade,
faço-te de mim eu
para que não pare o tempo
em qualquer estrela
que nasceu...

Ah, como te subjugo,
à vontade e vaidade
de rodar
sobre o vácuo!
Que de minhas mãos pende um jugo
e dos olhos algo,
nuns temperam a vida,
em mim saboreiam
as pequenas covas
do teu pranto.

Estou pronto!

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