Dos desejos
anseio os que ainda não possuo,
o aguardar tumultuoso
pelos dias
que irão banhar os rios
das minhas
utopias.

Chove lá fora,
como pétalas de uma flor não germinada,
queimando tempos e etapas
e quadros rústicos
de quem se atrasa na demora.

Aguardo a espera,
vivo no presente os quotidianos
futuros,
soçobrando prematuramente
antes as fiadas invisíveis
que constroem meus moinhos, muros...

Que da vida se esqueçam meu nome,
um cravo e ferradura
e sonho, um pronome.

Quando acordar o desperto
e sorrir-me o desejo,
serei já do leito, feno e forquilha
sepultado num só beijo...

Comentários

Esta espera utopica.. uma espera que nunca mais chega também me azucrina a cabeça, a mente e o coração...

Mas esse beijo ha-de chegar!
C Valente disse…
gostei muito
saudações amigas

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