Horizontes

Vou conduzindo sonhos e estradas no meu trajecto intermitente.
Quantos caminhos se separam apenas na confluência, para se encontrarem em qualquer bola de sabão colorida?

Surpreendo-me por esta pausa no trabalho, mas mais ainda pela iniciativa em escrever algo aqui, no portátil, atrás de um painel solar algures perto de Oliveira de Frades. Confesso que o cenário ideal não é aqui, sempre pensei que estes pequenos sóis que bailam em torno de mim se manifestassem apenas junto da Natureza, mas não, creio que afinal manifestam-se junta da minha Natureza.

Uns passos errantes passam atrás de mim, sobrepostos apenas pelo som de pneus cansados de carros de donos apressados. Alguém para e olha para mim, cenário novo, um portátil em cima de um quadro eléctrico e um mendigo bem vestido, ancorado às sombras das nuvens e a montes que se perdem de vista, como se da vista não fossem, apenas do horizonte e nada mais.

Parei uns largos minutos... Creio que estes pequenos sóis surgiram apenas para dar alento, para me dizerem que não, aqui não surgem...
Bem, há que esperar por chegar aos horizontes e não apenas vê-los ao longe.

Comentários

antónio paiva disse…
...

a falar com os botões, um portátil e um painel solar.

a mente a empurrar-nos para sítios diferentes.

meditar é importante não importa onde.

abraço.

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