Fall

Uma estrada sem nome,
sozinha,
vagabundeanda por folhas de plátanos que já não crescem,
percorre-me na viagem que o vento uiva
e nas curvas cegas do olhar,
saboreia o ardor e o temor
de uns passos feridos,
serpenteia entre a chuva
e a felicidade
dos idos.

Ausculto o pulso aos olhares
de gente que não vê,
faço minhas tuas mãos
para tactear no escuro uma luz esquiva,
arfante por um punhado de terra
húmida e viva...

Encerro capítulos de livros
e orvalhos,
sou sombra com sombra de plátano
numa cama fria de Outono.

Rio sozinho no final do meu reinado
aqui,
num sonho sem dono...

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