Nem as palavras me deitam,
apenas o cansaço
de uns passos rodopiados
na orla
de um jardim,
não procuro o não
ou o sim,
aguardo um serrado
com ervas como gente,
uma caneta, carvão, arado
com que possa cantar
a minha semente.

Crescem-se pinhais,
onde escondo
medos que nunca vivi,
em suspiros, sem ais.

Meço e peso cada espaço
entre as linhas,
e o saber das letras
entre as palavras
são o que sorvo,
no que resta das giestas.

Resisto ao adormecimento,
o meu corpo... meu corpo,
pesa-me como um casaco,
um pedaço de vida
que nunca viverá até onde a minha mão alcança.

No carinho deste silêncio,
quando são os que não são
do dia que me anoitece quando desperto,
há um sorriso emoldurado
no verso do teu quadro.
Pacificam as estrelas o luar
que me levam o leve caminhar
percorrido
e o quanto de encontrado, está perdido.

Há um infinito de eternos nadas,
um frio adocicado
de uma brisa que traz mar.

Há grifos ascendentes de fénixes ressarcidas,
palavras em leitos sempre frios
de poemas que me leram
sem saberem a mar...

Comentários

Anónimo disse…
Saudades dos teus poemas. :D
*.*
Anónimo disse…
"há um infinito de eternos nadas" é de facto muito real e bonito, miguel. gostei de ler. um beijo.
MS disse…
... um belo poema com sabor a 'desencanto'?!

Gosto sempre de ler as tuas palavras feitas poesia!

Sensibilizada pelo teu olhar amistoso em 'fragmentos'!

Abraço,

... não falaste do lançamento do teu livro?!
Eli disse…
Ou até sem saberem "amar"...

Aprende-se a amar, ou é algo que acontece?! Podemos controlar esse sentimento?

Cada vez sei menos!

:)

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