How long
Não podia adiar por mais tempo. Chega a ser doloroso não escrever, falar e ouvir tudo o que se vê e vive.
Fez já uma semana desde que fui nuns três dias de puro relax, que cansaram o corpo, mas aliviaram a mente.
Não sei bem porque gosto da música (e em especial das letras) de Mark Knopfler, desde os tempos do "Brothers in arms" (ainda com Dire Straits) e até "Kill to get crimson", o último albúm. Fascinam-me as histórias por detrás de cada canção, cada verso e, por vezes, de cada palavra. E as letras acabam por se complementarem com os arranjos musicais, o que me causa uma certa inveja, pois apesar de ter um cavaquinho e uma viola, pouco (ou nada) sei tocar.
A semana do concerto foi vivida quase sem me aperceber, o trabalho acaba por aglutinar-me os pensamentos, que voam para longe do concerto e dos 3 dias de "férias". Mas chegou sexta-feira e, talvez pela primeira vez em quase 30 anos, os meus pais tiraram uns dias de férias, comigo, Ana e Anabela... Aproveitamos para ir a locais que eles queriam, mas que não iam há algum tempo. Passamos por Fátima (tenho tanto para escrever sobre este local/religião) e fomos para o Campo Pequeno... Bem, o trânsito de Lisboa não é o mesmo do Porto e talvez tivesse ajudado se eu levasse o GPS ou fizesse ideia onde era o Campo Pequeno com mais exactidão, mas lá acabamos por chegar ao hotel :)
O concerto foi divinal, o Campo Pequeno esgotado, 6000 pessoas de todas as idades aplaudiram o mago da guitarra e os seus comparsas. Antes de terminar em apoteose, ainda vi o meu pai assobiar e a dançar ao som da música, certamente uma imagem que jamais esquecerei. A cara de felicidade deles foi o tónico da noite que vou recordar sempre (eu, Ana e Anabela somos mais "rodados" nestas andanças). Ainda deambulei pelo recinto e fora dele, na expectativa de uma fotografia com o Mestre, mas já todos tinham saído. Restou-me ver o road-crew arrumar tudo para arrancarem para Granada, para outro concerto da Kill to get crimson tour e recolher ao hotel. Os dias seguintes foram passados em passeio, a visitar monumentos e locais emblemáticos, além de amigos de longe, que só tenho oportunidade de visitar quando vou para as bandas sulistas deste pequeno país.
Tinha mais para contar, mas, como sempre, as histórias estão dentro de mim e só daqui a uns tempos é que verão a luz do dia, eventualmente numa ou noutra linha de um poema.
Dou comigo a pensar na dor, na necessidade que tenho de escrever, em todas as coisas que se acumulam em mim que ainda não viram a cor da tinta, nem sentiram o áspero papel... Tenho vários poemas, projectos e sonhos, sempre em redor de mim, a saltar, como putos traquinas, a puxarem-me as calças e a camisola, "escreve-me! escreve-me!".
Reflicto no que já fiz pelos sonhos. Quase nada. Tudo tem surgido quase sem querer, o livro, as pessoas, as situações. Mas hoje não, hoje decidi que vou à carga, que os moinhos de vento não são tão grandes assim e que a brisa que me está no rosto pede-me montes, vales, rios e terra fértil.
Esta minha intenção parece ter acalmado as centenas de letras (sim, centenas) que pretendem sair para o papel. Está a chover, carreguei o portátil e vou até Mozinho (para quem conhece estas "bandas" sabe que fica em Penafiel. Para quem não conhece, acabou de saber), um sítio calmo, com vento, eucaliptos e os restos de uma civilização que ainda persiste, embora não os vejam.
De onde vêm estas minhas personagens? Estão lá, no local, ou serão fruto apenas da minha visão e da necessidade de encontrar histórias diferentes para locais normais? Não sei, mas agora que falei nelas, juntaram-se às letras e ao coro que fazem para que as escreva.
Tenho pelo menos três projectos ligados à escrita, dois em parceria com o Norberto e que creio verão a luz do dia com algum sucesso (assim tenha eu talento para acompanhar as fotografias do Norberto) e outro relacionado com um livro que quero escrever, num estilo algo diferente e que ainda não encontrei (isto foi só para aumentar o suspense/curiosidade)...
Creio já ter contado aqui, que encontrei vários cadernos com escritos antigos. A maioria da poesia, embora a respeite, pouco ou nada tem a ver com o que sou agora, por isso mesmo creio que nunca verão a luz do dia. As histórias, por outro lado, mostram um pequeno ensaio do que quero fazer agora, por isso, um dia, talvez as digitalize/digite e coloque aqui, no blog, um local que vou tendo prazer em actualizar e alimentar...
Venho já, ok?
Fez já uma semana desde que fui nuns três dias de puro relax, que cansaram o corpo, mas aliviaram a mente.
Não sei bem porque gosto da música (e em especial das letras) de Mark Knopfler, desde os tempos do "Brothers in arms" (ainda com Dire Straits) e até "Kill to get crimson", o último albúm. Fascinam-me as histórias por detrás de cada canção, cada verso e, por vezes, de cada palavra. E as letras acabam por se complementarem com os arranjos musicais, o que me causa uma certa inveja, pois apesar de ter um cavaquinho e uma viola, pouco (ou nada) sei tocar.
A semana do concerto foi vivida quase sem me aperceber, o trabalho acaba por aglutinar-me os pensamentos, que voam para longe do concerto e dos 3 dias de "férias". Mas chegou sexta-feira e, talvez pela primeira vez em quase 30 anos, os meus pais tiraram uns dias de férias, comigo, Ana e Anabela... Aproveitamos para ir a locais que eles queriam, mas que não iam há algum tempo. Passamos por Fátima (tenho tanto para escrever sobre este local/religião) e fomos para o Campo Pequeno... Bem, o trânsito de Lisboa não é o mesmo do Porto e talvez tivesse ajudado se eu levasse o GPS ou fizesse ideia onde era o Campo Pequeno com mais exactidão, mas lá acabamos por chegar ao hotel :)
O concerto foi divinal, o Campo Pequeno esgotado, 6000 pessoas de todas as idades aplaudiram o mago da guitarra e os seus comparsas. Antes de terminar em apoteose, ainda vi o meu pai assobiar e a dançar ao som da música, certamente uma imagem que jamais esquecerei. A cara de felicidade deles foi o tónico da noite que vou recordar sempre (eu, Ana e Anabela somos mais "rodados" nestas andanças). Ainda deambulei pelo recinto e fora dele, na expectativa de uma fotografia com o Mestre, mas já todos tinham saído. Restou-me ver o road-crew arrumar tudo para arrancarem para Granada, para outro concerto da Kill to get crimson tour e recolher ao hotel. Os dias seguintes foram passados em passeio, a visitar monumentos e locais emblemáticos, além de amigos de longe, que só tenho oportunidade de visitar quando vou para as bandas sulistas deste pequeno país.
Tinha mais para contar, mas, como sempre, as histórias estão dentro de mim e só daqui a uns tempos é que verão a luz do dia, eventualmente numa ou noutra linha de um poema.
Dou comigo a pensar na dor, na necessidade que tenho de escrever, em todas as coisas que se acumulam em mim que ainda não viram a cor da tinta, nem sentiram o áspero papel... Tenho vários poemas, projectos e sonhos, sempre em redor de mim, a saltar, como putos traquinas, a puxarem-me as calças e a camisola, "escreve-me! escreve-me!".
Reflicto no que já fiz pelos sonhos. Quase nada. Tudo tem surgido quase sem querer, o livro, as pessoas, as situações. Mas hoje não, hoje decidi que vou à carga, que os moinhos de vento não são tão grandes assim e que a brisa que me está no rosto pede-me montes, vales, rios e terra fértil.
Esta minha intenção parece ter acalmado as centenas de letras (sim, centenas) que pretendem sair para o papel. Está a chover, carreguei o portátil e vou até Mozinho (para quem conhece estas "bandas" sabe que fica em Penafiel. Para quem não conhece, acabou de saber), um sítio calmo, com vento, eucaliptos e os restos de uma civilização que ainda persiste, embora não os vejam.
De onde vêm estas minhas personagens? Estão lá, no local, ou serão fruto apenas da minha visão e da necessidade de encontrar histórias diferentes para locais normais? Não sei, mas agora que falei nelas, juntaram-se às letras e ao coro que fazem para que as escreva.
Tenho pelo menos três projectos ligados à escrita, dois em parceria com o Norberto e que creio verão a luz do dia com algum sucesso (assim tenha eu talento para acompanhar as fotografias do Norberto) e outro relacionado com um livro que quero escrever, num estilo algo diferente e que ainda não encontrei (isto foi só para aumentar o suspense/curiosidade)...
Creio já ter contado aqui, que encontrei vários cadernos com escritos antigos. A maioria da poesia, embora a respeite, pouco ou nada tem a ver com o que sou agora, por isso mesmo creio que nunca verão a luz do dia. As histórias, por outro lado, mostram um pequeno ensaio do que quero fazer agora, por isso, um dia, talvez as digitalize/digite e coloque aqui, no blog, um local que vou tendo prazer em actualizar e alimentar...
Venho já, ok?
Comentários
Abraço ;)
Não duvido que o concerto tenha sido 'divinal'! Mark Knopfler era a alma dos 'Dire Straits'... daí teu encantamento pelas suas letras/sons!
O interessante desses concertos é unir várias gerações [pais que passam as suas memórias musicais aos filhos... ou vice-versa, filhos que transmitem seus míticos prazeres). Uma corrente quase 'metafísica' dado que a música é a arte maior dos Homens!
... ficarei a aguardar notícias do teu livro...
Bom domingo!
Volta sim volta com essa alma inteira que transborda e se arruma em letras de forma magistral.
Gostei da tua ida ao Campo Pequeno mas recordei, triste, que fui a idêntico concerto com o meu velho e que também ele dançou mas que já não o tenho.
Abraço
jinhos meus