Paredes com alma

Planto o suor
e cravo a calejada alma
na terra,
na vida.

A companhia do vento
de um destino agreste,
o ciclo de um estio
que a enxada rasga,
ser o dia madrugador meu alento,
o som ondulante
dos velhos moinhos de vento
o único livro que leste.

O escuro ocaso de um destino,
ter mãos de ceifeira
e uma alma entregue a Deus,
um odor a terra,
feno e erva,
aquilo que outros chamam de merda.

Ser relógio de Sol
e nuvens atiçadas,
dar asas a sonhos
e chorar filhos idos
que são colheitas derramadas.

Tudo esquecer
quando a mão no ventre quente
esmaecer,
ser do chão
para voltar a semear nas nossas vidas
um Verão,
orgulhar um braço forte
com o verde que nos acalma,
ser pedra e erva
em Paredes
com Alma…

Comentários

Julieta disse…
Palavras com Alma...

Beijoscom carinho

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