Cat e golias

Dou por mim a pensar (hoje concedo-me a este luxo) e a escrever um pouco aqui, no blog.
Não consigo deixar de tentar perceber porque razão (e para onde) estamos todos a correr... Não consigo, por muito que me esforce. Visto de fora, o panorama actual é engraçado, somos formiguinhas ordeiras, correndo sem saber para onde, basta uma começar a correr numa direcção e todas as outras seguem... Mas o que pretendemos atingir? Qual a finalidade?
Hoje de manhã passei por uns putos a caminho da escola... Fez-me recordar os meus tempos de garoto, onde havia tempo para achar engraçado uma nova espécie de aranha ou tentar perceber se o poço recém-descoberto era muito fundo.
Ainda consigo emocionar-me a ver um luar como o de ontem, tentar contar quantas vezes abana a Farrusca o rabo por minuto, ver as nuvens como hoje de manhã, numa tonalidade sem tom e imaginar-me saltar de uma em uma até chegar ao Sol...
Entrar no trânsito é uma aventura, a estrada transforma-se facilmente em local de agressivida, ostentação, prioridade, buzinões, palavrões e outros ões... É difícil, muito difícil, encontrar alguém a cantar no carro, a sorrir, sem estar a ranger os dentes, a esbracejar, a espumar...
Depois, bem, depois a imposição do stress negativo (porque existe o stress positivo), o cutucar o gado com o pau, mentir, olhar de soslaio para a etiqueta da camisa...
Quem, mas quem consegue ser quem é?

Olhem, bom fim-de-semana!

Comentários

Anónimo disse…
Saudade do tempo de criança. MAs, ele não volta mais. Resta-nos manter a infância dentro de nós e mostrá-la a quem merece!
Bom fim-de-semana!
Beijos *.*
Anónimo disse…
Muito bem escrito Miguel. Just keep on trying to be yourself: everyone else is taken ;)

Abraço e bom fds do Mário Almeida
Sofia disse…
Eu corro por quero apanhar tudo aquilo que a vida tem para me dar... mas não sou "escrava" do tempo. Também sei exigir que o tempo espere por mim...

Bjs
Miguel
Excelente momento que me proporcionaste. Eu entendo, e sinto, essa importância de amar e compreender as coisas simples que são, afinal, as grandes coisas da vida. O mal está quando a pressa nos impede de ver o que nos rodeia.
Um abraço
Cadinho RoCo disse…
Por um instante tudo aparece tão tolo!
Cadinho RoCo
Olá querido Miguel, bom fim de semana.
Beijinhos de carinho e ternura.
Fernandinha
Silvia Madureira disse…
Miguel:

Que grande momento de verdade aqui está...

Hoje em dia...raras são as pessoas que param para pensar, raras são as pessoas que param para olhar para o que pede esmolas...não há tempo...é o que elas dizem...

Penso que não é uma questão de tempo, penso que é a questão de utilizar todo o tempo para viver a revolta que existe dentro de cada um.

beijo
Unknown disse…
O que interessa no tempo é aquilo que fazemos com ele. O tempo chega sempre!
cump.
... disse…
Faço essa pergunta a mim mesma, o que será que nos impele a correr desenfreadamente como gazelas assustadas? nunca paramos, não há tempo (de qualidade) para nós muito menos para os outros.

Gostei
um beijinho
C Valente disse…
Muitos de nós passamos pelo tempo e não o saboreamos, a indiferença é muita
Saudações amigas
Desigual disse…
quanta verdade aqui... corremos sem saber para onde e muito menos porquê... quando damos conta já se passou tanto tempo... mal aproveitado e pouco feliz...

:) continuação
Anónimo disse…
Esquecemos que esta vida é uma passagem. Chegamos e partimos, e não sabemos aproveitar. Bj e boa quarta feira
Zé Povinho disse…
Andamos demasiado presos aos problemas da vida para podermos apreciar a própria vida. às vezes torna-se impossível desligar o interruptor, tal é raiva que nos assola, mas é indispensável à nossa própria saúde mental.
Abraço do Zé
Polly Jean disse…
olha, e tudo o que há de bom? às vezes necessitamos é de esquecer um pouco...eu faço-o a passear o meu cão..a brincar com a inocencia dele...
foryou disse…
Olha, bom fim de semana e tenta olhar tudo de novo com mais atenção, vais ver que também encontras muita coisa boa em redor
"As bigornas e os crisóis da tua alma,
trabalham para o pó e para o vento".

Jorge Luís Borges

Seria bom que todos nossos lembrássemos que tudo é efeméro e que a correria fosse no sentido da construção.

Um abraço

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