Seeds

Acordo nos murmúrios das noites,
dos que me oscilam
nos gritos que não solto.

A madrugada ainda não me fez
o tempo
que vou viver,
não nasceu ainda o não
que estende o braço
e alcança,
ao de leve,
a corda que me sustém
contra o abraço.

Quantos gelos
e rios
cabem nos sulcos de uma face?

Ergo estátuas a heróis
solitários,
como os barcos que ancoraram em mim,
nos lugares atados
possuídos e mal fadados,
carregando fardos alheios
e olhares
de poesias apagadas cheios.

Muda-me o sentido,
o rumo,
ou tudo que faça nascer os locais
que surgem
por entre acordes que não sei
dedilhar...

Comentários

Silvia Madureira disse…
Muda-se o sentido
Muda-se o rumo
Não será isso viver?

Será que vivo?
Vivo sempre que mudo
Vivo sempre que acredito
Vivo essencialmente
quando procuro a essência
que irá perfumar os dias

um abraço

P.S. Poema com linguagem mais complexa para o qual é necessário maior atenção relativamente à leitura efectuada...não tem uma frase que sintetize a essência do poema daí tornar-se um pouco difícil de interpretar.
Eu não conseguiria escrever com esse nível...é um nível tão elevado que o teu poema requeria uma análise detalhada verso a verso e não sou professora de Português...mas ando "armada nisso".

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