Invisível visão

Estive lá,
mas não me encontrei,
vi os montes e as nuvens
e as nuvens nos montes gravadas,
tal como sonhei.

O brilho esquálido das estrelas
e a brandura física das caravelas,
as linhas pintadas com palavras
e cada uma com o ruído das estrelas
a dançar,
apenas para rimar.

Tenho folhas novas e vazias,
odores desconhecidos
e lençóis de águas frias,
nas mãos os sorrisos idos
e no sorriso
lápis partidos.

Escrevo agora, aqui,
desconexo
confuso,
tudo porque estive lá
e não… não me vi…

Comentários

Anónimo disse…
Pois, o que me parece é isso mesmo, que precisas encontrar-te!
Pode ser que numa viagem dessas te encontres!
Vou torcer que sim!
*.*
Afonso Faria disse…
Ok,estás de regresso! Um dia, descobres que de memória também se fazem episódios. Esses, viveste-os.
Registaste-os.Um abraço
Serenidade disse…
Amigo,
não viste? Não te importes, é porque não tinha de ser...

Eu estive aqui, li, reli e vi, a tua capacidade de transmitires o que nem sempre se consegue;)...a nossa linguagem é tão escassa...

Serenos sorrisos
Pois, bem profundo e complicado o teu poema...
Tem vezes em que estamos que não nos entendemos... Tudo é confuso... uma interrogação... uma busca constante...

Beijinhos!
É bonito o poema mas nós não devemos desistir de nos encontrarmos. É uma posição e não uma certeza. Porque nós somos um eterno desconhecido para nós mesmos e somos diferentes em diferentes ocasiões e para diferentes pessoas e em diferentes circunstâncias. Mas não devemos desistir porque se não nos encontrarmos pelo menos não ficamos tão longe assim de nós próprios.
foryou disse…
Não te viste... mas eu li-te!
Ora vamos lá a abrir esses olhinhos!
Silvia Madureira disse…
às vezes estámos mas não estamos...
Estivemos mas não estivemos...
Vamos mas não vamos...

Sabes porquê? Porque vai o corpo e não a alma...essa fica e daí o vazio...e a sensação do "ser e não ser".

Nós somos muito complexos não somos?

Um beijo
adc disse…
:) lápis partidos... imagem tão próxima


Bjs

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