Dois palmos de terra

O vento,
uma margem de um livro,
um regaço de mãe saudade,
uma nuvem sorridente,
quanto mede a ilusão?

Sei-te colorida,
nas tardes de Outono
em que o feno cheira a amor
e as folhas caídas,
mortas,
fermentam nos olhos uma flor.

Há pessoas
sem haver
que vivem num eterno Inverno,
amordaçadas
pelo sussurro da futilidade,
que me chamam
bruxo
e sonhador,
que pensam o mundo
em dois palmos de terra
numa vazia herdade.

Sono,
é nome de entrada
e saída
da vida que adormece,
é visita
que mora atrás das nuvens,
é eterno vagabundo
numa estrela sem dono.

O vento,
um livro numa margem,
saudade de um regaço de mãe,
sorrir para uma nuvem
onde mora a paixão.

Cabe muito,
muito mais,
em cada suspiro
que canto na palma da minha mão.

Comentários

Anónimo disse…
Nas vagas do vento há espaço para tudo, e na palma da mão, espaço para muito mais.
Whispers disse…
''Cabe muito,
muito mais,
em cada suspiro
que canto na palma da minha mão.''
Quando a alma nao e pequena cabe tudo e mais alguma coisa.
beijinhos mil
Whispers
Silvia Madureira disse…
Quando se perde a capacidade de sonhar, quando ficamos vazios por dentro embora tenhamos espaço, quando se perde o brilho do olhar, quando se deixa de acreditar, quando não conseguimos mostrar a palma da mão...não vivemos...sobrevivemos da pior forma possível.
Que tal sermos um livro cujo vento levemente nos folheando vai mostrando a nossa história? Que tal deixarmos a vida entrar na nossa vida quando já não temos vida?

Bem...acho que estou a treinar para poeta...mas se poeta é deixar que as palavras mostrem o que sentimos no momento...então neste momento...sou poeta.

beijos
susana disse…
Está muito bonito! Já dá para comprar o teu livro através do site?
susana disse…
Ou melhor ainda, posso comprá-lo directamente na FNAC de Vila Nova De Gaia???
Anawîm disse…
passo por aqui só para te dizer que já recebi o teu livro....

hummm muito, muito para saborear

abraços
antónio paiva disse…
.........

bonito poema

.......................

Abraço

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