Vi(m)ver

Há determinadas coisas em que acreditamos que são como histórias subliminares em livros desconhecidos. O livro existe, mas a história em que acreditamos está acima do livro.
Quando o mundo que vivo me sufoca e todos os caminhos parecem ser o início de uma íngreme montanha, eu paro, sento-me, pouso os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos. Fecho os olhos e vejo a vida como um longo caminho cujo fim parece estar sempre além da próxima curva. Nesse caminho sou uma nova pessoa a cada novo troço, olhando o chão com diferentes tipos de piso e com novas companhias a cada caminhada, mas sempre com as mesmas árvores, céu e nuvens.
Vou percorrendo o caminho, esquecendo quem fui no troço anterior, lembrando-me de mim e de outros apenas em sonhos e se, por acaso do caminho, encontro quem fui, então esse eu transforma-se em mim mesmo eu, bem, eu vou percorrendo o caminho, na esperança de ser árvore, céu e nuvem simultaneamente.
É tao bom viver vários troços ao longo do caminho e saber que também eu sou sombra de árvore para as nuvens que bailam no céu dos teus olhos.

Vivo-te e não sabia.

Comentários

Silvia Madureira disse…
oi:

Sim...a vida é uma intensa descoberta! E em cada caminhada que fazemos vamos descobrindo novas facetas da nossa personalidade, vamos crescendo interiormente e vamos ficando cada vez mais fortes. É claro que, às vezes parece que temos à frente uma longa montanha que nunca conseguimos escalar mas...todos temos dias assim! É febre passageira!
Vamos para a frente que à frente é que está o futuro!
E depois há descobertas e descobertas! Algumas deixam-se tonta!

Um abraço
Ivy disse…
Se consegues sempre olhar e viver a vida desta forma, parabéns! És um sábio...O melhor é que passas alegria, ou ,porque não dizer: felicidade. Que maravilha! Um grande abraço.

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