Apelo

Enquanto a música embalava
umas mãos
vazias,
meus olhos não te viam,
sequer sentiam
o prateado socalco da vida.

Umas paredes sujas do respirar,
bafientas
e altas,
suportando os ponteiros de um relógio
hirto demais
cujas horas não respeitavam.

Há montes que nunca me escalaram,
pernoitaram num quente forno
humano,
sucumbindo então à incerteza
do caminho
e um fumegante café,
quase inodoro.

Entre vírgulas e fogos
existem nomes e abraços
que se chamam pelo beijar.

Sentes o apelo?

Comentários

Anónimo disse…
Um Beijo caro Miguel!
Boa continuação,
Princesa
Silvia Madureira disse…
Oi:


Existem apelos que se sentem e não se ouvem...é desses que falas. Quando gostámos muito de alguém basta olhar para os seus olhos que entendemos o que ele quer e isso já me aconteceu. Às vezes não acontece o recíproco mas lá virá um dia em alguém escutará os meus apelos.

Um abraço
Silvia Madureira disse…
Novamente...

obrigado pelo comentário que é um comentário de encorajamento ao meu "projecto inacabado". O formador que tive também me incentivou muito e eu entusiasmei-me com tudo o que fiz naquela Oficina de Formação. Aquele blog visava uma vertente pedagógica ou seja eu pretendia que fosse usado pelos alunos. No entanto, quando aprendi foi no final do ano lectivo e não deu para colocar em prática mas prometo que se for colocada vou pensar sempre (como fiz até agora) que os computadores podem ser um excelente auxiliar no ensino sem descurar o raciocínio.

Obrigado pelas 5 estrelas!

Mensagens populares deste blogue

Pessach

Torrada ou Maria?